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ENTREVISTA AO VALETE

| | domingo, 13 de julho de 2008
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Pessoal, abaixo podem encontrar uma entrevista realizada ao Valete, retirei apenas alguns pontos para postar aqui no blog. Curtam...
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Apelidaste o teu segundo trabalho de Serviço Público, nome que assenta bem, visto ter sido, de facto, o teu trabalho que mais projecção teve e que mostrou às massas como soa o rap de qualidade. Nele criticas o estado de degradação musical, ora por culpa da industria ora pela sociedade formatada aquilo que passa na tv e rádio. Não entanto não consideras que parte dessa culpa provêm de certos mc's, portugueses e internacionais, que se venderam, de certa forma, ao caminho fácil de afirmação e rentabilização? Não serão esses mesmos artistas que deturpam o hip-hop perante a sociedade?
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Valete: Quando falamos do HipHop, falamos sempre dum movimento cultural, com princípios, valores e uma moral. Existe até uma "Declaração de Paz do HipHop" que estipula 18 princípios condutores da cultura. A minha ligação ao HipHop é muito natural. Existe apenas porque me identifico com os valores, que são essencialmente de PAZ, União e Igualdade. Eu identifico-me ideologicamente com a filosofia HipHop como se calhar me identifico com muitas outras. O que eu não quero é seguir cegamente ceitas, movimentos ou religiões. Apenas sigo o meu instinto. Eu sou eu antes de ser HipHop. Muitas vezes quando te ligas muito a qualquer tipo de movimento (criado por homens, tão falíveis como tu) tornas-te fanático, ficas cego…e sem te aperceberes vais limitando a tua liberdade. Ficas só preocupado com o que HipHop é ou não é, e esqueces que o mais importante é tu seres tu. Resumindo eu serei sempre HipHop até ao dia em que isso não interferir com a minha liberdade. Por isso eu nem sequer condeno manos que "deturpam" o HipHop, porque provavelmente eles só estão a ser livres.
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Antes do HipHop a minha paixão é pelo Rap. Tu podes amar rap sem te identificares com a cultura HipHop. E o que eu defendo é que rap é arte e deve ser feita com Skill. Devemos dar espaço aos mais talentosos. E manos devem respeitar o rap como uma arte. Muitos rappers fazem uma musiquinha de amor ou de festa, sem nenhuma habilidade lírica ou poética, só mesmo para vender. Estão a desrespeitar o rap enquanto arte. São esses manos que eu condeno. Critico também a comunicação social porque dá airplay a esses inválidos. E aí sim há uma deturpação do Rap. Dá impressão ás pessoas que é um estilo musical feito por putos, deslocados, vazios e sem nenhum talento musical.
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Pareceu-me que em Educação Visual, teu álbum de apresentação, tiveste um trabalho mais introspectivo onde te davas a conhecer e mostravas a tua visão do mundo. Em serviço Público já ouvi uma mensagem mais formal e política, num álbum que me soou mais maduro. O que se pode esperar de 360º?
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O título do álbum tem vários sentidos. Um deles é a volta a mim mesmo. Voltar a ser eu quando eu era apenas o Keidje. Eu ajudei a alimentar muitos rótulos a meu respeito. Chamaram-me Comunista, Revolucionário, Fundamentalista do Underground. Que se foda isso tudo. 360 Graus serei eu com os meus valores, desprendido de qualquer corrente doutrinária, serei eu com as minhas certezas, inseguranças, paixões, ódios, angústias etc. Por isso será um álbum muito versátil. Será duplo, terá muita música. Vais sentir o que me preocupa, vais sentir como sofro, como me divirto, como amo, como absorvo o mundo. Será um grande manifesto de liberdade, porque eu hoje sinto-me mesmo livre, não sinto pressão de lado nenhum. Não estou ligado a nada, senão a mim mesmo. Como rapper apesar de gostar também de flows e styles, gosto principalmente que as minhas letras falem de coisas relevantes, que tenham reflexão e profundidade, mesmo que não aconteça em todos os sons, creio que esse registo será visível na maioria deles.
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É do conhecimento geral que és uma pessoa atenta às constantes criações do mundo cultural. Ouvimos nas tuas músicas inúmeras referências musicais e literárias do passado e presente. O que lê, ouve e vê o Valete por estes dias?
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Por estes dias estou a ler "Hegemonia ou Sobrevivência" do Chomsky, de música oiço EMC- "The Show" e Xhellaz "El Soñador Elegido" , e nos últimos tempos um primo meu chamado Ime aconselhou-me dois filmes: " A Vida dos Outros" e "Lavoura Arcaica". Marcaram-me. 2 grandes filmes.
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PS: Podem ler esta mesma entrevista assim como outros textos do Valete no seu blog do myspace.

1 comentários:

Anónimo disse...

ya bro...hip-hop é assim mesmo...
só nao quero k me decepciones de novo com aquele teu freestyle k dropaste no beat da cash money...
hehehehe...

 

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