Atendendo a um pedido meu, Soba L fez uma review da droga do momento: a Mixtape O Último Samurai Vol. 2. Curtam a cena do ponto de vista de Soba L.
Nem sei por onde principiar esta Oração de Sapiência. Depois de explorar todos os Extremos da Mixtape O Último Samurai Vol. 2, descodifiquei todos os Signos, e tudo que tenho para dizer é Allelluya. DJ Samurai, superou-se. O volume 2, apresenta-nos um elenco fantástico, que soube (de forma incessante) transmitir a Diversidade Musical de Cabinda a Maputo.
Segundo as más línguas, o Hip Hop está em decadência, mas Nga, Masta e Reptile mostraram às evidências da existência do Rap Nacional, com duas introduções fora de série, acompanhadas de linhas contemporâneas, por cima de instrumentais clássicos e medievais.
Nesta Mixtape a espada do DJ Samurai mostrou-se tão afiada, que Fly Skuad não resistiu em Matar o Presidente. Em suma, estamos perante um verdadeiro festival de rimas soantes e contagiantes que elevarão, sem margens de dúvidas, o Rap Nacional ao Nível seguinte. Eu não quis ser o último, por isso não resisti ao convite do God G e decidi escrever esta oração.
Ainda na ressaca da Copa do Mundo, esta Mixtape representa os 23 convocados do Rap Nacional, convocados e seleccionados por Carlos Queiroz a.k.a Luís Queiroz. Os clubes foram chamados e os jogadores foram enviados. Kool Klever na sua qualidade de professor e profeta, não deixou de trazer o seu Aluno Mestre Cfkappa, com as suas já habituais rimas cruzadas ao seu melhor e esteve numa conexão com X da Questão, que não deixou os seus créditos em mãos alheias, e provou mais uma vez ser um MC gramaticalmente laminado, cuspindo uma poesia nua e crua, elevando a honra do convento da Cérebro Records.
Directamente da Pirline, Reptile mostrou serviço, deixando o repto “Faltam dreds Samurai como o DJ”. Lil Jorge sempre malabarista e acrobata verbal, mostrou as suas habilidades ao girar a espada do Samurai, mas é da Caixa de Pandora que veio a mensagem na voz do Lucassio, que me fez perceber, que no meio de tantas espadas afiadas, é preciso recordar que com armas não se busca a paz.
Apesar dos wacks insistirem no projecto do rap folclórico, Extremo Signo mostrou-se persistente e resistente na sua missão de elevar os skillz e flows do Rap Nacional. Cage One sempre extravagante e apoteótico, recebeu das linhas digitais do Raiva as pics que ele tanto pediu. Vui Vui confirmou o seu actual Estatuto de Sénior e deixou-nos um registo notável, que jamais alguém terá coragem de matar futuramente as suas músicas.
Os nossos irmãos do Índico estiveram bem representados nas vozes de Duas Caras e Rage. Para quem nunca foi a Maputo, Karaboss fez-nos uma resenha daquilo que é a capital de Moz. Rageolina foi, para muitos, uma das grandes revelações desta Mixtape, rimas agressivas e muito bem disparadas, a mostrar que Cotonete não é só Azagaia.
São muitas Barras e Linhas, para todos os gostos (Sintra, Mutamba, Vila Alice, Catambor, Alvalade, Maianga, São Paulo, Kassenda, Maculusso) em fim, contra factos não há argumentos e Raf Tag mostrou solidez e firmeza na sua base Underground, sempre coerente e consequente, complementado com linhas do suspeito de costume (vocês já sabem que ele é).
Balta P desfilou o seu liricismo cuspindo uma antí-tese das 100 barras, anunciando a extinção do vírus das 100 barras. Abdiel, Beq, Spike Z, Corleone e Exkal, todos eles libertaram a voz e cuspiram com atitude. Nota positiva ainda, para o dueto de Cabinda, MQ Soulja & George Bav, num bom registo musical com elevação e erudição. Foram todos maus no Último Samurai Volume 2. Kamau, Off, Kid, Masta, Dnxel, Rage, Malef & Organoyd.
Deixo aqui o repto ao Fly Skuad, para aproveitar o mês de Agosto, e fazer um acordo de paz com Sua Excelência, oferecendo-lhe no seu aniversário, o volume 2 do Último Samurai!
Escrito por Lenny aka Soba L
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