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Sir Scratch – Em Nosso Nome [Crítica]

| | sexta-feira, 16 de novembro de 2012
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Sir Scratch Logo

A espera tornou-se longa mas valeu a pena. De Cinema: Entre o Realismo e o Coração passaram-se sete anos em que o hip hop português não deu tantas voltas quantas as necessárias. Estranha-se sobretudo o marasmo em que a “cena” caiu após a edição daquele que é ainda hoje o melhor álbum do género alguma vez gravado em Portugal - Pratica(mente), de Sam The Kid – no já longínquo ano de 2006, quando o movimento hip hop tuga prometia esquecer rivalidades de bairro para se consertar nacionalmente. Não só não se uniu como se calou, apesar de alguns pontuais esforços de rappers como Boss AC ou NBC. O contexto deste Em Nosso Nome é de recuperação: Halloween, Chullage, Capicua e Mind Da Gap devolveram a esperança perdida e a estes nomes podemos juntar agora Sir Scratch num álbum que justifica o tempo investido. Esta colecção de canções transpira perfeccionismo e rigor, atenção ao presente e ouvido atento à conversa de bairro.

As palavras falam e os sons respondem; a produção de Em Nosso Nome é de alto calibre e não comete o erro de se concentrar na produção típica dos anos 90 – facção DJ Premier. Pishback olha para o hip hopde Tyler, The Creator ou Shabazz Places e importa a densidade desse som ainda pouco explorado por cá. Mais do que olhar para as novas tendências e reproduzi-las, Sir Scratch encontra um espaço seu, de pluralidade e abrangência, em que cabem Tim, Diogo Dias, Filipe Gonçalves, Kalaf, Fred Ferreira, Noiserv, New Max ou Dino sem que o equilíbrio e a exigência se percam. A noção de mesa redonda recorda precisamente Sam The Kid – também ele convidado – e o inatacável Pratica(mente) mas com o devido update lírico que o intervalo de tempo entre os dois justifica.

Em Nosso Nome só peca por ser demasiado longo mas compreende-se a vontade de Sir Scratch em responder de mão cheia à questão: “por onde é que andaste?”. Esteve a gravar um álbum de grande fôlego que chega a 2012 fresco na ideologia e na marcha sonora maior que o próprio espectro hip hop. (4/5)

 

Fonte: Mesa de Mistura


3 comentários:

Anónimo disse...

"Estranha-se sobretudo o marasmo em que a “cena” caiu após a edição daquele que é ainda hoje o melhor álbum do género alguma vez gravado em Portugal - Pratica(mente), de Sam The Kid". À parte desse fantástico álbum de Sam The Kid, não concordo com o "marasmo em que a “cena” caiu" referido no texto, porque desde 2006 outros nomes foram surgindo e outros que já existiam deram continuidade ao seu trabalho. A meu ver foi mais ou menos a partir dessa altura que o hip hop até começou a ter mais impacto no panorama nacional. Realçaram e muito bem os nomes de Halloween, Capicua, Mind da Gap, mas muitos outros poderiam ser mencionados, nomeadamente o enorme leque de álbuns que entretanto foram lançados na zona Norte do país. E rivalidades à parte, sem duvida que, neste momento, é no Norte do país que se respira mais hip hop, se valoriza mais o hip hop e cada vez mais se abrem portas para novos talentos surgirem.
Relativamente a este trabalho de Sir Scratch, confesso que só ouvi ainda 2 faixas, mas certamente será um álbum que vou comprar, pois alem do flow deste senhor me cativar bastante, a vasta panóplia de artistas convidados (e refira-se artistas não pertencentes ao estilo de musica hip hop)é algo que me deixa curioso, e embora já comece a ser uma coisa normal, acredito que esta inclusão de pessoas "fora" do movimento cada vez mais deve ser valorizado, porque traz sempre algo de novo e sem dúvida contribuirá para o crescimento e expansão deste estilo de música ainda rotulado por muitos como "música de e para deliquentes".

Anónimo disse...

Subscrevo o teu ponto de vista bro, não existe marasmo nenhum, nos últimos tempos houve muita criatividade , surgiram muitos bons Rappers que arrumam o próprio Sir Skraaa...

Jimmy P, Nokas, Raffs, Bentley , Each, Sacik Bro, Deau, Jêpê, Reflect, Valas, Virtus e muito mais, uma nova guarda com muita pujança , do Algarve a Lisboa...

Soba L

Anónimo disse...

Há uma tape, do Jêpê [ Laid Back Sundays ] Que em termos de lirismo, sonoridade , Flow e todos Mambos aí, arruma todos os trabalhos do nosso boy Sir Skraaa...

Ele precisa ouvir os versos do EACH no projecto com o Mundo Segundo, vai guardar o CD do Sam The Kid...

Alguém acredita mesmo q este álbum, vai superar a mix-tape "Momento da Verdade" do Jimmy P...Nah, pura blasfémia...
Soba L

 

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