A finalidade deste texto é repor a verdade, um debate sobre a divulgação da música moçambicana, exibido no programa Atracções da TV Record Moçambique, terá sido o incentivo para a elaboração deste artigo respondendo a afirmações de um dos convidados. Foram chamados a intervir Dj Mandito, Fabrício Sabate, Nuno Abdul, Dj Relâmpago e Romeu Pascoal, e estes criticaram o facto de que as rádio em Maputo não divulgam a música local e dão preferência a música internacional.
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Muita verdade foi dita, mas não cabe a mim realçar aspectos internos, vou direccionar a minha atenção aos factos que me diz respeito como activista do intercâmbio cultural entre Angola e Moçambique, nem tudo é verdade sobre o que o DJ MANDITO disse - “...Nós temos que fechar, barrar estas músicas, barrar músicos, temos que arranjar uma maneira de tentar fechar, ninguém toca música, em Angola fazem isso, basta saberem que é Moçambique ninguém toca, eles barram, nós temos que ser assim”, ISSO NÃO É VERDADE “... em Angola fazem isso, basta saberem que é Moçambique ninguém toca” É MENTIRA ISSO, não tenho nada pessoal contra o DJ Mandito, nem estou a lançar nenhum “beef”, pelo contrário, é como disse no princípio a finalidade é repor a verdade, e repetindo esta afirmação é infundada “...em Angola basta saberem que é Moçambique ninguém toca” deixa dizer que de facto a música da Júlia Duarte foi bem recebida em Luanda e os ouvintes da Rádio Luanda chegaram a pensar que fosse a Yola Semedo ou a Ary a interpretar, isso porque o Almir Agria (ex-radialista da Rádio Luanda), enquanto tocava a música da Júlia Duarte, fez um concurso no seu programa a perguntar quem canta, é natural que os ouvintes confundam os artistas sobretudo quando não conhecem o interprete, a ideia foi mesmo promover a música, tal como a Júlia Duarte, também aconteceu o mesmo com a Dama do Bling onde os ouvintes até ligavam a pedir as músicas e sem medo de errar encerrou 2010 a tocar todos os dias na Rádio Luanda. A verdade é que não toca música moçambicana em Luanda como a angolana toca em Moçambique, mas toca, muito pouco mas toca, quem tiver dúvida pergunte ao Imo Cabir se ele não ouve “Damas do Hi5” nas rádio de Luanda, o Afonso Quintas não toca a música da Lizha James, mas a minha questão aqui não é se toca ou não toca, mas sim as as afirmações do DJ Mandito que não correspondem com a verdade.
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A divulgação da música regional nas rádios não é só um problema em Moçambique, diz-se muito que em Maputo prefere-se a música angolana em detrimento da música moçambicana, em Angola vive-se a mesma situação, a música local toca em menos percentagem que a Cabo-verdiana e Brasileira e quando toca muito a angolana, o artista provavelmente entrou em acordo com os radialistas (infelizmente isso é uma realidade não só em Angola mas também em muitos outros países onde o mercado musical gera muitas receitas).
Há 10 anos atrás haviam muitos debates sobre a valorização da música angolana, não tendo efeitos positivos, os artistas procuraram perceber o que há na música cabo-verdiana que agrada mais aos angolanos em relação a sua própria música, dai investiu-se em fazer música que tenham o mesmo nível de aceitação, surgiram fenómenos que revolucionaram a industria musical angolana e internacional “a tarraxinha, o kuduro com rima e actualmente o novo semba” quanto a divulgação o meio usado não foi a rádio, mas sim os candongueiros (chapas em Moçambique), quer dizer o sucesso começava nas ruas e as rádio depois não tinham alternativa, tinham que tocar, porque os ouvintes pedem. Os candongueiros em Angola são o principal meio de transporte, os artistas oferecem as suas músicas que acabam sendo divulgadas todos os dias durante a viagem e chegam mais rápido ao público. A música windeck ganhou vida usando o recurso Bluetooth dos telemóveis e são essas as alternativas em pratica actualmente. É bem verdade que esta pratica pode não funcionar correctamente em Moçambique, mas o facto é que em Angola nunca se fechou a porta para a música cabo-verdiana e brasileira, aprendeu-se a conviver com ela, não agrada a todos mas Jhonny Ramos e Nelson Freitas ainda são encosto para muitos artistas angolanos que justiçam o insucesso no sucesso dos artistas que dedicam-se em apresentar um bom trabalho.
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Estes são os factos, ninguém em Angola tem indisposições em relação a música moçambicana, artistas como a Lizha James, Dama do Bling, Mc Roger, Neyma, Duas Caras, Azagaia, tem o mérito reconhecido em Angola e discos como da gprO, G2, Iveth, Dama do Bling e Azagaia foram comercializados e bem aceites em Angola.
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Texto e opinião de Dino Cross e o Lusohiphop apoia.
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